Conhecer o seu público-alvo é o primeiro passo para estabelecer uma boa comunicação em qualquer área ou canal. Essa tarefa pode não ser tão simples e intuitiva para quem trabalha na Cultura, que aglutina pessoas com diferentes perfis socioeconômicos e educacionais.

Quando pensamos em fazer um anúncio em um jornal, por exemplo, é relativamente simples imaginar como conseguimos dados sobre o perfil dos leitores daquela publicação (geralmente essa informação está escrita no mídia kit, ou basta entrar em contato com o departamento comercial do veículo e solicitá-la). Então, verificamos se o público daquele jornal se comunica com quem gostaríamos de acessar.

1. Procure pesquisas, estudos e reportagens de fontes confiáveis

Quando pensamos, por exemplo, sobre o público que frequenta o teatro na cidade de São Paulo, a informação não aparece assim de forma imediata. Se você procura dados mais qualitativos então, o problema é ainda maior. Se a ideia é ter um retrato geral sobre esse tema, o mais indicado é encontrar pesquisas específicas.

Tome cuidado para procurar fontes confiáveis de informação, como institutos de pesquisa e estatística (como Data Folha, Ibope, IBGE, Ipea etc.), instituições representativas de classe, empresas sérias, veículos midiáticos grandes, entre outros. Ao olhar essas fontes, lembre-se de conferir a amostragem (quantas pessoas foram consultadas) e se ela é representativa da realidade, além da metodologia utilizada.

A pesquisa “Cultura nas Capitais”, realizada pela JLeiva Cultura & Esporte, é uma ferramenta bem interessante para obter esse tipo de dados. Para realizar o estudo, disponível na plataforma online e em um ebook, a empresa entrevistou 10.630 pessoas em 12 capitais (3.004 em São Paulo) em 2017. A consulta indicou que em SP 37% dos entrevistados nunca foi ao teatro e 58% têm interesse em ir, e o principal motivo indicado pelas pessoas para não assistir às peças foi a questão financeira (27,80%).

Outros indicadores foram: quem mais frequenta o teatro são jovens entre 16 e 24 anos (42% dos entrevistados nessa faixa etária assistiram a peças naquele ano), seguidos por adultos entre 25 e 34 anos (38%).

2. Faça a sua pesquisa!

Outra ferramenta para conhecer seu público mais profundamente é criar sua própria pesquisa. Para isso, você pode utilizar ferramentas digitais, como formulários no Google, enquetes e perguntas nas redes sociais, ou mesmo imprimir questionários rápidos para os seus espectadores. Essa é uma maneira de obter dados mais qualitativos e pessoais sobre as pessoas que assistem ao seu trabalho, o que não te impede de usar uma abordagem quantitativa para interpretar esses dados. O importante é seguir uma metodologia coerente para aplicação do questionário e análise das respostas. Se você não tem ideia sobre como fazer isso, a dica é procurar livros de metodologia de Pesquisa Social. 😉

3. Use as redes sociais a seu favor!

Dados de redes sociais também podem ser fontes bem interessantes de informação. Além das enquetes e perguntas, você consegue dados demográficos sobre seus seguidores, como gênero, faixa etária e cidade natal; se eles chegaram até você de maneira orgânica ou paga; o alcance e as reações de conteúdos estrategicamente postados; as pessoas atingidas por eventos criados nas suas fanpages e vários outros indicadores legais. Com uma análise cautelosa, essas informações podem indicar fatos sobre seus espectadores na vida real, como, por exemplo, sobre os seus interesses.

E por que você precisa conhecer seu público? Para:

  • Adequar a linguagem
  • Direcionar a comunicação para atingir essas pessoas
  • Saber quais são os interesses delas
  • Produzir conteúdo exclusivo para seu público
  • Tentar entender como os espectadores pensam
  • Mudar o foco do seu trabalho para se comunicar melhor com essas pessoas
  • Tentar atrair mais público
  • Mudar a estratégia de comunicação
  • Saber se você realmente está se comunicando com quem deseja

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