Commune homenageia Cyro Del Nero e Adilson Barros

Nomeada patrimônio imaterial do município de São Paulo, a COMMUNE festeja em 2019 seus 15 anos de carreira e os 12 anos de seu teatro. Para marcar essas datas, a companhia organiza dois eventos: a nomeação da sala de espetáculos em homenagem ao ator Adilson Barros (1947-1997); e o lançamento de um livro sobre a trajetória da trupe e de uma exposição de fotos sobre o cenógrafo Cyro Del Nero (1931-2010). Mais detalhes sobre os eventos no release aqui.

Sobre Adilson Barros

Acervo Pessoal

Acervo pessoal

Adilson Barros nasceu em Sorocaba em 1947 e faleceu em São Paulo em 1997. Foi um dos grandes atores brasileiros, formado pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (EAD/USP), fundador da Cooperativa Paulista de Teatro de São Paulo e um dos criadores do Núcleo do Pessoal do Victor, ao lado de Paulo Betti, Eliane Giardini, Waterloo Gregório, Reinaldo Santiago, Marcio Tadeu, Marcília Rosário, entre outros. Também foi um dos fundadores e professor de artes cênicas do Departamento de Teatro da Unicamp.

No teatro, participou e foi premiado pelos megassucessos “Na Carreira do Divino”, de Sofredini; e “Feliz Ano Velho”, de Marcelo Rubens Paiva, com direção de Paulo Betti. Outros espetáculos em que atuou foi “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes; “Cerimônia para um Negro Assassinado”, de Fernando Arrabal, com Ismael Ivo, “O Processo”, de Kafka; “A Estrambótica Aventura da Música Caipira”, com direção de Carlos Alberto Soffredini e Wandi Doratiotto; “A Vida é um Sonho”, de Calderón de la Barca; “Divinas Palavras” com direção de Iacov Hillel, “Afinal uma Mulher de Negócios”, de Rainer Werner Fassbinder ao lado de Irene Ravache.

Sobre Cyro Del Nero

Acervo Pessoal

Acervo pessoal

Nascido em São Paulo em 1991, Cyro Del Nero é bisneto de imigrantes italianos. Seu primeiro contato com a arte foi em casa, pois sua mãe, a Sra. Dorcas, era pianista de um templo da Igreja Presbiteriana localizado na rua Nestor Pestana. Após terminar os estudos ginasiais, Cyro tentou estudar em um seminário, mas não conseguiu se adaptar. Também não tinha afinidade com os cursos oferecidos naquela época, e então, elegeu a biblioteca Mario de Andrade como sua escola.

Em meados da década de 1950, nessa biblioteca havia um grupo de jovens que se encontravam para leituras, estudos e trocas de experiências intitulado “Adoradores de Minerva”, do qual faziam parte Manoel Carlos, José Oswaldo e Geraldo Araújo Lima, Pedro Morato Kraenbull, Dante Busana, Yan Margherito, Bento Prado Junior, Roberto Schwartz, Maurício Tragtenberg, Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Milton Moraes, Mário de Almeida e Flávio Rangel. Em 1956, Del Nero foi convidado por Zizos Charatsaris para fazer a cenografia da sua montagem de “O Anfitrião”, de Plauto. Após a estreia, Cyro mudou-se com Zizos para a Grécia. Na Alemanha, trabalhou como assistente de cenógrafo no Teatro Estadual de Württemberg, e sua destreza na construção de maquetes lhe rendeu oportunidades levando-o a trabalhar com Wieland Wagner, diretor do Festival Bareuth e um dos maiores encenadores de ópera de seu tempo.

Quando retorna ao Brasil no ano de 1960, encontra seus antigos amigos da biblioteca já integrados no mercado de trabalho artístico cultural. Então, começa a trabalhar ao mesmo tempo em diferentes áreas: teatro, televisão, artes plásticas, visuais e gráficas. Trabalhava como Diretor de Arte na TV Excelsior, a convite de Manoel Carlos, e como cenógrafo no TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, a convite de Flávio Rangel.

No TBC, seu primeiro trabalho foi na montagem de “O Pagador de Promessas”, de Dias Gomes, com direção de Flávio Rangel. Com o grupo também fez a cenografia de “A semente”, de Gianfrancesco Guarnieri; “A escada”, de Jorge Andrade; “Almas Mortas”, de Nikolai Gógol; e “A Revolução dos beatos”, de Dias Gomes. Outros trabalhos de destaque no teatro foram “Vô Doidim e os Velhos Batutas”, de Nana de Castro, pelo qual recebeu o prêmio Coca-Cola de Teatro; “Carlos Gomes – Sangue Selvagem”, com direção de José Renato; “O Arlecchino”, de Dario Fo, com direção de Augusto Marin; e “Os Possessos”, com direção de Antonio Abujamra. Seu último trabalho foi “Os 39 degraus”, com direção de Alexandre Reinecke, que estreou em 2010, meses depois da morte do cenógrafo.

ONDE
Teatro COMMUNE – Rua da Consolação, 1218
(ao lado do metrô Higienópolis – Mackenzie – Linha 4 – Amarela)
QUANDO

Homenagem a Adilson Barros:  4 de julho, às 20h

Lançamento do livro, inauguração da galeria e homenagem a Cyro Del Nero: 11 de julho, às 20h